Você precisa saber disso para fazer as melhores atividades!

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Já vencemos a ideia de buscar por materiais prontos na internet. Nós, da Equipe Clarissa Pereira, queremos te incentivar a ser uma professora protagonista, autora do seu fazer docente, da sua trajetória. Por isso, somos a favor, sim, de uma troca e de compartilhar ideias (temos um mega grupo com quase 5 mil alunas dos nossos cursos no Facebook). Achamos completamente legítimo quando buscamos por inspirações de atividades através do Google, mas é fundamental que olhemos para estas “inspirações” pensando nos nossos alunos, no nosso contexto e nas nossas necessidades. Assim, tornamo-nos autoras do nosso fazer pedagógico. Lembre-se: é provável que o que já está disponível na internet não dê conta de todos os seus objetivos e das intervenções específicas que os seus alunos precisam. Por isso a importância do protagonismo! 

Para além do conteúdo das “folhinhas”, precisamos também pensar no melhor layout dessas tarefas. É necessário refletir sobre a estrutura, qual fonte usarcomo deve ser a distribuição de texto, os espaçamentos e como selecionaremos as imagens. Tudo isso é essencial para que as nossas atividades estruturadas sejam ainda mais potentes. 

Falaremos, então, sobre 4 princípios que você deve estar atento quando elaborar um material para a sua turma. Baixe aqui um material mais completo sobre este assunto.

 

4 princípios básicos do design (segundo Williams, 1997), presentes no TCC da nossa aluna Fran (veja o trabalho dela aqui):

  • Alinhamento: o alinhamento do texto e das imagens auxiliam na leitura e na compreensão, dando mais harmonia e coesão. Não é somente uma questão estética (é, também!). Cuide para que tanto as imagens como os textos iniciem e terminem respeitando uma mesma margem. Esse cuidado pode ser feito facilmente através de ferramentas do editor de texto Word ou Power Point.  
  • Proximidade: a proximidade das palavras e das imagens vai indicar relações entre elas. Neste sentido, as questões semelhantes, devem estar próximas umas das outras, e distante de algo que tem uma ordem diferente. Por exemplo, se a criança precisa recortar e colar palavras, o ideal é que as palavras que devem ser recortadas estejam próximas umas das outras e não espalhadas. Já o espaço para colar estes recortes deve estar mais distante. Não devemos misturar área de recorte e colagem. Isso confunde a criança com a ordem do que deve ser feito (por mais que esteja escrito em um enunciado). Atentar para a proximidade das imagens e do texto deixam as atividades mais bonitas visualmente. Cuide com a vontade de querer aproveitar toda a folha. Excesso de tarefas em um mesmo espaço é prejudicial até para a organização dos alunos (já viu aquele monte de cálculo, tudo apertadinho? Pois é!). 
  • Repetição: a repetição de elementos em diferentes materiais é importante. Por exemplo, você pode usar o mesmo cabeçalho, a mesma fonte e os mesmos espaçamentos em todas as atividades de folhas estruturadas, por mais que o conteúdo seja diferente. O material padrão ajuda a criança a realizar algumas tarefas com autonomia (como preencher o cabeçalho). Ela reconhece a folha logo de cara, se identifica, sente-se pertencida, reconhece. Isso faz bem até para a autoestima da criança, pois mesmo que ela necessite de auxílio para realizar a proposta, ela já concluiu algo sozinha (o preenchimento do nome, data, nome da professora, ou qualquer item que está no seu cabeçalho). 
  • Fonte, espaçamentos e uso de imagens:  
    • Fonte: opte por letras e números claros e limpos. Como professoras, muitas vezes queremos usar letras enfeitadas grossas, curvilíneas e com desenhos, mas isso pode atrapalhar. Torna-se mais difícil a identificação para os pequenos. Nas classes de alfabetização, é essencial que seja maiúscula, em um primeiro momento. Indicamos as fontes Arial e Times New Roman. 
    • Espaçamentos: quando os textos estão apertadinhos, até os adultos têm dificuldade para ler. Acabamos nos perdendo quando precisamos ler a linha seguinte, o texto fica denso, ruim de olhar. Por isso, a dica de ouro é usar um espaçamento de 1,5 entre linhas de um texto (isto também é ajustável pelas ferramentas de edição de texto). Entre as palavras podemos dar um espaçamento duplo (apertar duas vezes o espaço do teclado). Isso vai proporcionar uma leitura mais fluída e uma consciência das palavras mais eficiente. Com os maiores, o espaçamento duplo já não é mais necessário. 
    • Imagens: a imagem deve ter uma função dentro das atividades, servindo de apoio e orientação, além de transmitir ações ou emoções. Caímos, novamente, na tentação de querer enfeitar toda folha. Cuidado! Aconselhamos o uso de imagens reais, e não apenas de desenhos. Atente para escolher imagens nítidas, que as crianças não precisarão ficar tentando adivinhar o que é. Se as folhas puderem ser impressas coloridas, melhor ainda! 

 

Além de destas recomendações em relação ao design das atividades estruturadas, temos mais algumas orientações a respeito do seu protagonismo em sala de aula! 

Contextualize as suas atividades: esse é um grande problema de pegar atividades prontas na internet – elas não estão dentro do contexto que você está trabalhando com os seus alunos, e aí a aprendizagem perde o sentido. Seja intencional na escolha das palavras, das imagens, das histórias. Exerça a sua sensibilidade de professor para identificar as vivências dos seus alunos e o que fará sentido para eles. Abuse do letramento! LINK 

Não dê atividades soltas: folha atrás de folha não educa ninguém. Ainda mais quando uma não tem relação com a outra. Hoje, vamos trabalhar com as partes do corpo, amanhã com os animais, depois de amanhã com alimentação… Não! Trace um plano, tenha objetivos claros. O que é que você quer que os seus alunos aprendam? Foque nisso! Essa estratégia os ajudará a reconhecerem palavras, refletirem sobre a escrita a partir deste banco de palavras estáveis, trabalhar com os diversos níveis da consciência fonológica. Agora, se todos os dias o repertório for diferente, o avanço tende a ficar mais difícil. 

Encadeamento de propostas: utilize outras situações de aprendizagem, não fique presa à folha. Invista em propostas de oralidade, jogos, teatros, uso de recursos, leitura de livros… As atividades estruturadas impressas é apenas UMA das estratégias que você pode adotar. 

A folha, por mais bem estruturada que seja, não faz milagre: já falamos isso – a atividade sozinha, não ensina ninguém. Pense, enquanto elabora a atividade, em boas perguntas para fazer com os seus alunos. As suas intervenções é que tem um potencial gigante para fazer os seus alunos avançarem. Esta é a estratégia que utilizamos quando os nossos alunos estão em diferentes níveis de escrita. Por mais que a atividade seja a mesma, as diferentes perguntas os ajudarão a realizar diferentes reflexões acerca da leitura e da escrita. 

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Abraço,
Professora Clarissa Pereira e Camila Oliveira 

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