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Para muitas pessoas, e por muito tempo, ortografia se resumia em trabalhar o X ou CH, R ou RR…
Em seguida, veio a época da “ditadura do texto”, quando todas as atividades deveriam girar ao redor da leitura e da produção de textual. Essa visão fez com que deixássemos de ensinar ortografia intencionalmente, achando que a aquisição da escrita ortográfica seria um processo natural, a partir do texto. Mas a questão não é se devemos ou não ensinar (porque devemos, sim!), mas COMO ensinar.
Ortografia é uma convenção social. Apesar das nossas diferenças linguísticas, todos devemos escrever corretamente, de forma adequada, para que a comunicação seja efetivada (dizer isso às crianças é letramento!).
A Língua Portuguesa é OPACA e TRANSPARENTE, isso significa:
Transparente: um fonema que representa um grafema
Opaca: irregularidades
Para se apropriar destas relações, é necessário um ensino explícito. Para as relações transparentes, é eficiente fazer decodificação, relações de grafema-fonema e trabalhar com consciência fonêmica. Para as relações opacas, é necessário compreender regras, construí-las com os alunos e usar a memorização (como no caso do H no início, por exemplo).
E qual a diferença entre etapa alfabética e ortográfica?
Na etapa alfabética, as crianças fazem as construções transparentes entre fonema e grafema. Já na etapa ortográfica, os alunos começam a construir, através do ensino explícito, as regras, memorizar palavras e fazer relações.
Então, o que é prioridade na hora de ensinar ortografia?
Artur Gomes de Morais nos ensina que “A aprendizagem da ortografia não pode ser confundida com a aprendizagem do sistema de escrita alfabética […]” e não deve ser ensinada, de forma sistemática, através de sequências didáticas, antes que os alunos comentam erros naturais e inevitáveis. Durante a alfabetização, então, podemos trabalhar com as relações que são transparentes.
Algumas atividades bacanas para que as crianças possam ir se dando conta das convenções da língua, é o trabalho com sílabas tônicas, através da exploração oral das palavras (qual sílaba é mais forte) e também a “transgressão intencional”, quando o professor provoca um erro intencionalmente, a fim de trabalhar a consciência metalinguística.
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Atenção!
Se, mesmo depois de um ensino explícito e sistemático da escrita ortográfica, o aluno persistir em erros que já deveriam ter sido superados, é hora de encaminhá-lo para uma avaliação com uma especialista, fonoaudióloga ou psicopegadoga.
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Dicas de livros:
- Ortografia: ensinar e aprender – Artur Gomes de Morais
- Sistema de escrita alfabético – Artur Gomes de Morais
- A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e tratamento – Sônia Maria Pallaoro Moojen
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Quais tipos de erros são normais quando as crianças estão sendo alfabetizadas? O que devemos ensinar sobre ortografia durante a alfabetização?
Assista o vídeo no YouTube que explica tudinho, é só clicar aqui!
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Um Abraço,
Professora Clarissa