Como estimular a Flexibilidade Cognitiva em sala de aula

Tempo de leitura: 5 minutos

Na semana passada, falamos sobre o conceito de flexibilidade cognitiva. Se você ainda não leu, eu sugiro que você faça isso agora, antes de ler as dicas práticas (pode clicar aqui, que você vai direto pra lá). Assim você vai entender melhor do que eu estou falando!

Vamos lá!

Quero que você mantenha em mente o conceito de flexibilidade cognitiva como a capacidade de “pensar fora da caixa”. A partir daí, vamos refletir, juntos, sobre como estimular esta habilidade em sala de aula.

A primeira coisa que quero dizer é que, muitas vezes, as atividades escolares são uma mera reprodução de como sempre fizemos e de como fomos ensinadas a fazer lááááá nos anos do magistério. A gente muda o texto, as figuras, os cálculos. Mas a essência da atividade é a mesma. Sempre. O ano inteiro. Ano após ano.

Quando vamos trabalhar com interpretação de texto, por exemplo, nós damos o texto, fazemos a leitura e as crianças respondem perguntas sobre ele. Na matemática, colocamos os cálculos no quadro, os alunos copiam e devem armar as contas e mostrar o resultado abaixo de todo procedimento. É assim mesmo, não é?

CALMA. Não tem nada de errado em fazer assim. A única coisa é que este tipo de tarefa não estimula a flexibilidade cognitiva. E tudo bem! A gente não precisa (e nem tem como) ficar inventando moda para trabalhar com essa habilidade a todo custo. MAS, durante a nossa semana, é possível, sim, fazer algumas atividades pensando em ajudar nossas crianças a serem mais flexíveis.

Como estimular a flexibilidade cognitiva em sala de aula?

Antes de tudo, eu preciso dizer que o professor deve estar preparado para a resistência de alguns alunos. Eles podem reclamar dizendo “eu nunca fiz isso antes”, “eu não sei fazer assim”, “não tem como fazer de outro jeito”. É normal. Provavelmente, eles nunca tenham feito de outro jeito mesmo. E “pensar fora da caixa” dá trabalho, não é automático. Mas eu te encorajo a persistir! Sempre colhemos bons frutos, alguns bem doces, outros nem tanto. Mas trabalhar com pessoas é assim: uns respondem de uma maneira, outros de outra.

Vamos às ideias práticas!

Linguagem:

* Ao invés de darmos as perguntas prontas para serem respondidas, podemos pedir que os alunos elaborem uma quantidade X de perguntas para os colegas responderem;

* Podemos colocar as respostas e pedir que eles escrevam qual seria a pergunta mais adequada para aquela resposta;

* Quando montarmos uma interpretação, é sempre importante ter várias perguntas subjetivas, que não estão explícitas no texto mas que, de alguma forma, podem ser concluídas pelo leitor;

* Perguntas que questionem a opinião da criança, justificando o porquê, também são bacanas. Podem ser do tipo “se você fosse o Fulano, como se sentiria quando…”;

* Dar textos fragmentados em parágrafos, para que eles leiam e possam montar uma sequência que é lógica (no 1º e 2º ano podem ser frases e eles podem fazer em duplas, por exemplo);

 

Matemática

* Quando trabalhamos com cálculos (qualquer tipo, adição, subtração, multiplicação ou divisão), devemos não só ensinar o jeito tradicional de resolver. Pois é, às vezes nem nós, adultos, sabemos que existem várias maneiras de resolver um mesmo cálculo. Isso porque nós não fomos estimulados a “pensar flexível” e aí, parece que só tem um jeito de resolver. Mas NÃO! Existem várias estratégias para resolver um mesmo cálculo (esse assunto é comprido, pode dar outro artigo). De início, podemos pedir que as crianças resolvam de dois jeitos o mesmo cálculo. Aí podemos levá-los para o quadro e ver quantas formas diferentes a gente conseguiu para resolver;

* A mesma estratégia da interpretação de textos pode ser feita com problemas matemáticos. As crianças podem inventar problemas e dar para os colegas resolverem;

* Podemos dar a resposta de um problema, por exemplo: “Agora João tem 32 figurinhas no seu álbum” e pedir que as crianças elaborem um problema para essa resposta;

* Problemas de raciocínio lógico são muuuuuito bacanas para estimular flexibilidade cognitiva. Sabe, aqueles tipo “Mariana mora na casa azul e tem um gato. João é vizinho dela e tem um cachorro…” É bacana porque conseguimos fazer em vários níveis de dificuldade, para as crianças menores, até os adultos;

* Outro tipo de problema muito bacana são os de análise combinatória. Opa, parece aquele conteúdo de matemática que a gente só tem quando é bem mais velho, né?! Mas podemos até trabalhar com material concreto! Por exemplo: se a professora tem duas saias e três blusas, quantas combinações diferentes ela pode fazer? Podemos ter as saias e as blusas para eles montarem as combinações. Legal, né?!

 

Essas foram algumas dicas práticas para trabalhar com flexibilidade cognitiva na sala de aula! A ideia é sair do convencional, do piloto automático, e desafiar novos jeitos de resolver as tarefas!

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Um Abraço,

Camila Oliveira

9 Comentários


  1. Gostei muito do seu trabalho, vai agregar muito à minha prática, são sugestões muito valiosas e às vezes estamos tão no automático que não percebemos! Gosto de trabalhar com os meus alunos de forma mais dinâmica, eles tem um potencial muito bom, vou colocar essas contribuições em prática, muito obrigada!!

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  2. Gostei, fiquei muito interessada em ler mais sobre o assunto.

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  3. Bom dia! Amei sobre o artigo flexibilidade na sala.Eu gosto de trabalhar sempre com dinâmicas .

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