Como ensinar matemática para a Educação Infantil

Tempo de leitura: 5 minutos

Matemática e Educação Infantil combinam? Sim! Muitas pessoas têm a ideia equivocada de que o ensino da matemática nas escolas só começa no 1º ano, com a introdução dos cálculos aritméticos de adição e subtração. O que acabamos esquecendo é que, antes disso, já temos várias outras habilidades para desenvolver nos nossos alunos que são PRÓPRIAS da Educação Infantil e que já estão relacionadas com os números, quantificações e transformações. 

 

O que, então, deve ser ensinado para essas crianças de tão tenra idade? 

O ideal é que a sua escola possua um currículo que vai nortear o seu planejamento. Ali você deve encontrar objetivos específicos da área que envolve as habilidades matemáticas e poderá pensar em intervenções eficientes para desenvolvê-las. Contudo, sabemos que esta não é a realidade de muita gente. Muitas escolas de Educação Infantil são “depósitos de crianças” que passam o dia inteiro sendo apenas vigiadas, alimentadas e tem suas fraldas trocadas por adultos. Algumas destas professoras, especialmente dos bebês, não possuem nem formação adequada. Por outro lado, há escolas que sentam as crianças em fileiras e utilizam livros didáticos, impondo aos professores a necessidade de alfabetização antes que a criança termine o ano letivo. 

Queremos enfatizar que a Educação Infantil é um nível de ensino de SUMA importância, que possui seus objetivos e intencionalidades para cada faixa etária, respeitando o DESENVOLVIMENTO infantil e o seu direito de aprender. Portanto, os professores devem ter uma formação adequada e um currículo norteador do seu planejamento para buscar formas de aprendizagem que respeitem a criança como sujeito integral. 

Se a sua escola não possui um currículo norteador, você pode usar como alvo a BNCC. O link está disponível aqui, mas faremos um breve resumo do que deve ser pensado para a área da matemática. O nome do campo de experiência que trabalha com esta área é “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. 

Não esqueça: priorize as experiências, a corporeidade e o brincar! 

0 a 1 ano e 6 meses: 

  • Relações de causa e efeito; 
  • Observação através dos sentidos; 
  • Exploração de objetos por meio de deslocamentos; 
  • Manipulação de materiais diversos; 
  • Comparação de semelhanças e diferenças; 
  • Experiências de diferentes fluxos. 

 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses: 

  • Exploração de objetos com diferentes pesos, tamanhos e texturas; 
  • Observação e relatos de fenômenos da natureza; 
  • Identificação de relações espaciais; 
  • Classificação de objetos; 
  • Utilização de conceitos de tempo; 
  • Contagem oral; 
  • Registro de contagem. 

 4 anos a 5 anos e 11 meses: 

  • Comparação de objetos; 
  • Observação de mudanças; 
  • Registro de observações; 
  • Classificação de objetos e figuras; 
  • Relato de fatos da sua história; 
  • Relações entre número e quantidade; 
  • Expressão de medidas por gráficos básicos. 

 

De que forma é possível trabalhar com estes conceitos? Ou seja, COMO ensinar? Veja estas 4 dicas! 

 1. Pense no ambiente, de acordo com a idade e com a sua intencionalidade! 

O ambiente é fundamental para estimular o desenvolvimento das crianças. Por isso, é preciso que pensemos neste lugar com carinho, a fim de que os objetivos acima sejam atingidos. Para os bebês, por exemplo, é essencial que haja um ambiente livre, para que eles possam explorar. Caixas de papelão, túneis, panos pendurados e elementos da natureza (folhas, areia, cascas de tronco, pinhas…). O maternal pode seguir com estes mesmos recursos, acrescido de materiais de contagem, calendários, balanças, caixas surpresas com objetos dentro para trabalhar conceitos de pesado e leve (uma caixa com livros e uma com algodão, por exemplo). Já com as crianças a partir de 4 anos, quando os números passam a ser trabalhados de modo mais sistemático e formal, poderemos incluir os blocos lógicos, números móveis, os cartazes com números e quantidades, materiais estruturados, como o material dourado, o ábaco e a escala cuisenaire, Para mais ideias, clique AQUI! 

 2. Letramento matemático! 

É muito importante que as crianças saibam que os números não são apenas uma formalidade para ser ensinada na escola, mas possuem uma funcionalidade. Boas estratégias para começar com este trabalho é um passeio pela escola ou pela casa e registro de onde encontraram números, percebendo a sua presença em diversos lugares (salas, relógios, rótulos, dinheiro, pesos, medidas…). Leia mais aqui e assista esta live aqui para mais atividades práticas. 

 3. Não existe matemática sem MATERIAL CONCRETO! 

As crianças ainda não possuem referências de números, quantidades, pesos e medidas. O material concreto é FUNDAMENTAL para auxiliar estas crianças na compreensão da matemática. Nosso cérebro só é capaz de criar hipóteses mentais quando somos mais velhos, por isso, na Educação Infantil, é ainda MAIS importante deixar que as crianças manipulem os concretos. Aqui eu dou MUITAS sugestões do que você pode ter em sala de aula. 

 4. Use e abuse das situações do dia a dia! 

A matemática está em todos os lugares. Podemos explorar os problemas do cotidiano para fazer cálculos com as crianças, sem a necessidade de sistematizá-los depois (ou sim, através de desenhos e relatórios). Ao entregar bilhetes, organizar uma fila, usar medidas de tempo com relógios e ampulhetas, explorar o calendário (“quantos dias faltam para…”), contar o número de colegas e repartir um bolo igualmente, estamos trabalhando com as quatro operações. São situações que acontecem diariamente e que podem ser exploradas de maneira intencional! 

 

Se você quer mais ideias para trabalhar com matemática na Educação Infantil, baixe um material AQUI! Se quiser assistir à live sobre o ensino da matemática na Educação Infantil, clique aqui.

 

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Abraço, 

Professoras Camila e Clarissa. 

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