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Existem muitos processos cognitivos que precisam ser desenvolvidos para que a alfabetização seja garantida: uma dessas habilidades essenciais é a consciência fonológica.
Pra começo de conversa, vamos visitar brevemente o conceito de metacognição. Trata-se de uma habilidade de aprender como nós mesmos aprendemos e tornar isso um processo consciente. Esta é uma capacidade que pode ser desenvolvida, sim, pelo educador – e daí a importância de nós, professores, conhecermos os processos de neurocognição, a fim de melhor auxiliarmos nossos alunos a entenderem como eles aprendem.
A partir desse conceito, partimos para consciência metalinguística, ou seja, a capacidade de refletir e analisar intencionalmente sobre a língua. Por exemplo, uma criança aprende a falar sem conhecer as unidades linguísticas, mas com a escrita ocorre de modo diferente: é importante conhecer e refletir sobre a linguagem para estar consciente e aprender de forma mais eficiente.
Consciência fonológica não se resume a ficar segmentando e repentindo palavras – não é sinônimo de método fônico. Abrange muitas outras habilidades que não são restritas à repetição de fonemas.
“Para aprender a ler e escrever é necessário que a criança tome consciência das relações entre os sons da fala e a sua representação gráfica” – Magda Soares
Dicas importantes:
- Dissociar do conteúdo semântico das palavras
- Ter sensibilidade para manipular as unidades linguísticas
- Trabalhar desde a Educação Infantil
- Fazer atividades com consciência de:
- Rimas e aliterações
- Sílabas
- Palavras
- Fonemas
Como trabalhar com estas diferentes consciências?
Em relação às rimas, é importante trabalhar com as consonantes (palavras que terminam com as mesmas letras, por exemplo, café e boné) e as assonantes (coincidência na vogal, mas consoantes diferentes, por exemplo, cachimbo e domingo). Portanto, devemos evitar falar para as crianças que as rimas só aparecem quando escrevemos palavras com o mesmo final.
- Jogo com rimas (pode ser oral, escrito e com desenhos): “Coloquei o meu pião na minha _____”, “Lavo minha mão com água e ____”…;
- Charadas: “Dica: todas terminarão com ão” – “Nome de fruta laranja por dentro”, “Onde esquentamos a comida”…
As aliterações são as repetições de sílabas ou fonemas iniciais, muito trabalhadas a partir de trava-linguas e parlendas (por exemplo, “O rato roeu a roupa do rei de Roma”).
Consciência silábica não é ficar repentindo mecanicamente as sílabas canônicas (ba, be, bi, bo, bu), mas tornar consciente o conhecimento da pauta sonora e saber que aquelas sílabas representam uma sonoridade.
- Marcar sílaba com os dedos, adesivos, tampinhas de garrafa ou outro material concreto para identificar quantas vezes foram faladas;
- Trabalhar com as diferentes formatações de sílabas (V+V, C+V, C+C+V…);
- Jogo de dicas, sempre com a mesma sílaba inicial (por exemplo, “BA”): “O macaco come muito!”, “A mamãe usa na boca”, “Parte no corpo”;
- Sequência de palavras dentro de um campo semântico: “leão, gato, elefante e ca…”, “régua, borracha, lápis e ca…”;
- Subtração e adição de sílabas em palavras (o que acontece se eu tirar o “sa” de “sapato”?);
- Dividir as palavras em sílabas e contar quantas divisões foram feitas;
- Link do material “As letras falam”.
Consciência fonêmica é o processo mais complexo, pois trata-se da menor das unidades linguísticas. É o dar-se conta de que cada letra representa um som.
- Subtrair ou adicionar fonemas;
- Palavras iguais apenas com o primeiro fonema diferente (mola, bola, cola, gola…);
- Leitura de frases onde os fonemas se repetem e pedir que os alunos identifiquem qual é;
- Ditado fonético: a professora faz os sons os alunos escrevem a letra correspondente;
- Contar o número de sons de cada sílaba.
Referências:
“Alfabetização, a questão dos métodos” – Magda Soares
“A escrita ortográfica na escola e na clínica” – Sônia Moojen
“Aprendizagem e desenvolvimento das habilidades auditivas: entendendo e praticando na sala de aula” – Mariângela Stampa.
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Eu gostei muito me interessou muito assim eu posso ajudar meu filho de onze anos que ainda está aprendendo a ler